quarta-feira, 22 de julho de 2020

Curso Gratuito de Introdução Acelerada ao CS

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Dos 10 aos 18+ anos - Aprende as bases da Ciência da Computação com a versão acelerada dos cursos 2 a 4.

Introdução


Este curso de 20 horas apresenta a informática de núcleo e conceitos de programação. O curso é projetado para uso em salas de aula para os graus K-8, mas é divertido de aprender em todos os tempos e no conforto de sua casa de forma on-line e o melhor é gratuito.

O Curso de Introdução Acelerada ao CS foi elaborado pela equipe do site Code.org e a equipe do Instituto Triangular se propôs a divulgar esse fantástico conteúdo se tornando uma ponte entre o internauta e o curso.

A Code.org® é uma organização sem fins lucrativos dedicada a expandir o acesso à ciência da computação em escolas e aumentar a participação das mulheres e das minorias não representadas. Sua visão é de que todo estudante em toda escola tenha a oportunidade de aprender ciência da computação, assim como aprende biologia, química ou álgebra. Eles oferecem o currículo mais utilizado para o ensino de ciência da computação nas escolas de ensino fundamental e médio. Também organizam a campanha anual "Hora do Código", que envolveu 10% de todos os alunos do mundo. A Code.org é apoiada por doadores generosos, incluindo a Amazon, o Facebook, o Google, a Infosys Foundation, a Microsoft e muitos outros.

Confira "O que a maioria das escolas não ensinam", no vídeo abaixo:



Sendo assim, decidimos nos tornar um parceiro colaborador levando essa oportunidade de aprendizado gratuito ao máximo de pessoas possível, independente de sua idade e localidade. A Code.org nos proporcionou a capacidade de criarmos nossas turmas para cada um de seus cursos e ajudar na gestão e no desenvolvimento de cada aluno que escolhe fazê-lo através de nós.

Como posso participar do Curso de Introdução Acelerada ao CS?


É fácil como contar contar 1,2,3...


  1. Caso você não tenha um e-mail do Gmail que é "gratuito", aconselhamos você criá-lo. Se você já tem, ótimo, basta você logar no seu Gmail, e após logado no canto superior direito do seu navegador há uma opção de escolher os demais serviços oferecidos pelo Google. 
  2. Dentre eles, há uma opção que você já pode acessar o "Google Class" ou "Google Sala de Aula" ou acesse neste link: https://classroom.google.com . Após logar no canto superior direito há um sinal de + , clique nele e escolha a opção "participar da turma"
  3. Ao clicar em participar da turma, abrirá uma caixa com a opção de digitar o código da turma, por favor, cole esse código: z23g2iz
  4. Fazendo isso você já estará matriculado em nossa turma e  vale ressaltar "gratuitamente".
  5. Dentro da nossa sala você será instruído como logar no Code.org ou seja, usando o mesmo e-mail que usou para participar da nossa turma. Acesse o Code.org neste link : https://code.org/ 
  6. Assim o sistema da Code.org identificará automaticamente você como nosso aluno e caso isso não ocorra no site da Code.org tem a opção de usar esse mesmo código z23g2iz para validar seu acesso a nossa turma do ITCEM e receber nosso apoio em sua jornada de estudos.
  7. Mas, se você tiver alguma dificuldade no processo poderá usar o mural da sala de aula do Google para solicitar nossa ajuda e alguém de nossa equipe irá lhe dar total suporte.
  8. Para menores o Code.org oferece uma "Carta aos Pais e Privacidade dos Alunos", pois proteger a privacidade de nossos alunos é muito importante para todos nós.
  9. Desejamos a você um bom curso e te aguardamos lá em nossa turma. 
Equipe Instituto Triangular - Corpo, Espírito e Mente 

  

Postado por Instituto Triangularjulho 22, 2020

terça-feira, 21 de julho de 2020

História da Educação Especial no Brasil

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Inspirados em experiências concretizadas na Europa e Estados Unidos, alguns brasileiros iniciaram, já no século XIX, a organização de serviços para atendimento a cegos, surdos, deficientes mentais e deficientes físicos. Durante um século, tais providências caracterizaram-se como iniciativas oficiais e particulares isoladas, refletindo o interesse de alguns educadores pelo atendimento educacional dos portadores de necessidades especiais. A inclusão da "educação de deficientes", da "educação dos excepcionais" ou da "educação especial" na política educacional brasileira vem a ocorrer somente no final dos anos cinquenta e início da década de sessenta no século XX. Não se pode falar em inclusão, sem lembrar ao menos um pouco, da parte legal que a envolve.

Precisamos voltar à época do Brasil - Império, em que na Constituição de 1824, foi consagrado o direito à educação para todos os Brasileiros. Tendo esse direito se mantido nas Constituições de 1934, 1937 e 1946. Além da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, na qual se afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à educação, inclusive, do portador de necessidades especiais. No início da República, ocorreu o fortalecimento da produção industrial no Brasil. Em 1910, contávamos com 3.424 indústrias e 159.600 operários Januzzi (1985). Nessa época, iniciavam-se os conflitos entre a burguesia industrial e a classe trabalhadora.

De um lado, uma grande massa de operários pauperizados, em condições miseráveis de vida, causadas pelo achatamento dos salários, e de outro, a burguesia industrial em busca da riqueza. A luta entre a burguesia industrial e trabalhadores resultou na produção de medidas sociais na tentativa de atenuar as tensões na sociedade. As escolas são criadas nesse sentido, na condição de ocupar o tempo livre das crianças, que foram também alvo das políticas sociais. A divisão do trabalho imposta pelo emprego da máquina na indústria, que resulta na objetivação e simplificação do trabalho, permitiu o uso da força de trabalho de mulheres e crianças na produção.

Segundo Fausto (1978), de 1898 até 1907, ocorreu um êxodo rural com a crise cafeeira que, juntamente com o fluxo migratório, contribuíram para a urbanização das cidades e para o crescimento industrial. A mão de obra disponível à indústria era composta em grande parte pelo emprego de mulheres e crianças: A presença da mão de obra de mulheres e crianças na produção contribuía para ampliar a oferta de trabalhadores e para o achatamento dos salários. A baixa remuneração, a ausência de Leis trabalhistas e as difíceis condições de vida dos trabalhadores, resultavam em constantes confrontos entre os operários e industriais. Tais confrontos traduziram-se em inúmeras reivindicações trabalhistas, entre elas, a regulamentação do trabalho infantil, que foi assinada em 1927.

A partir de então, com a regulamentação do trabalho para menores, as crianças que antes eram trabalhadores da fábrica, passam a frequentar as escolas. Sua escolaridade ganha obrigatoriedade e a bandeira em favor da educação é levantada. No momento em que a criança ou jovem trabalhador encontra-se desocupado, temos a necessidade da escola.

A expansão escolar sofre impulso. Surgem as campanhas nacionalistas e com elas as reformas educacionais. Revela-se o entusiasmo pela educação. O "otimismo pedagógico" se faz presente nas propostas educacionais, por intermédio do ideário escola novista que penetra nas escolas, incrementando técnicas e métodos de ensino.

Segundo Jannuzzi (1990), há certa ambiguidade na definição de políticas no âmbito da educação especial, ora pende para o público, ora para o privado. Esta oscilação entre o público e o privado, presente nas primeiras iniciativas de atendimento especial ao PNE, apresenta uma tendência crescente. As parcerias do Estado com organismos particulares são, hoje, responsáveis pela manutenção de grande parte dos serviços de assistência e educação de crianças, adolescentes e PNEs.

Além de criar e subsidiar instituições e serviços especializados em alguns Estados, o governo Federal passa a promover, a partir de 1957, campanhas isoladas para alocação de recursos financeiros específicos para projetos voltados para o atendimento do PNE. A primeira a ser organizada foi a Campanha para Educação do Surdo Brasileiro - CESB, em 1957, seguida da Campanha Nacional de Educação e Reabilitação dos Deficientes da Visão, em 1958 e da Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais em 1960.

O objetivo geral dessas campanhas era buscar recursos para promover a educação, treinamento e assistência educacional às crianças PNEs, por meio da cooperação técnica e financeira, em todo território Nacional, entre entidades públicas e privadas que se ocupavam do atendimento das crianças deficientes.

A referência legal à educação especial, de âmbito nacional, apresenta-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB n.º 4024/61, que no capítulo III, reservou dois artigos, 88 e 89, para a educação do portador de deficiência: "Art. 88 - A educação de excepcionais deve no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de ensino, a fim de integrá-lo na comunidade"; Art. 89 - "Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais, receberá dos poderes políticos, tratamento especial mediante bolsas de estudos, empréstimos e subvenções" (Brasil, 1961).


A pretensão do Estado era de enquadrar o PNE nos serviços de educação comum, enquanto se propunha a auxiliar, com repasse de verbas, a iniciativa privada. O Estado passou a formalizar a educação do PNE, no plano nacional, com a LDB, mas não garantiu a especificidade do atendimento, já que o discurso era o de promover a integração. A parceria entre o público e o privado na educação, presente na LDB 4024/61, representou compromisso de duas tendências expressas no anteprojeto da referida Lei: de um lado a defesa do ensino particular e de outro a do ensino público.

Os PNEs foram também contemplados na LDB 5692/71, no cap. 1, artigo 9º, com a previsão de atendimento especial de acordo com normas fixadas pelos conselhos de educação. A atuação dos conselhos seria no sentido de regulamentar os serviços implantados nos estados. Por ocasião desta concessão legal, dada pela nova LDB, defendia-se a educação do PNE, no bojo das políticas que privilegiavam a segurança nacional, para o desenvolvimento, trazidas pelo regime militar após 64.

A defesa da educação geral e do PNE cresce cada vez mais e os serviços de atendimento especial sofrem uma ampliação significativa na década de 70, sempre sob o argumento da educação como fator que contribui para o aumento da produtividade, como alavanca do progresso e do desenvolvimento do país. Essa tendência, presente nas primeiras iniciativas oficiais, com a criação de oficinas no interior das instituições, chega aos anos 70 com a implantação de várias propostas de preparação para o trabalho nas instituições especializadas. Tais propostas passam a ser vistas como a principal via de integração do PNE à sociedade.

A expansão do atendimento educacional pode ser entendida na medida em que, na década de 70, houve crescimento da produção industrial, com a adoção do modelo de desenvolvimento baseado na internacionalização da economia, o que possibilitou investimentos maciços de capital estrangeiro e a formação de imensos conglomerados econômicos, ocasionando crescente concentração de renda, processos desenfreados de urbanização e o surgimento de enormes bolsões de miséria nos centros urbanos. A pauperização da classe trabalhadora, trazida pelo achatamento dos salários, além da grande massa de trabalhadores desempregados, contribuiu para essa miséria.

Com o salário baixo, o trabalhador se vê obrigado a prolongar sua jornada, a fazer horas-extras. Com isso, o assalariado reduz as vagas disponíveis, já diminuídas pelo emprego da tecnologia na produção. Há um aumento do desemprego. Esse modelo de desenvolvimento econômico, "não evitou que 2,7% da mão de obra estivessem desempregadas no final de 1973 e, que ocorresse a proliferação do subemprego (lavadores e guardadores de carros, vendedores ambulantes, biscateiros, etc.) que atingiu 18,3% da população economicamente ativa na mesma época". (Bueno, p. 322, 1993:)

Diante disso, a expansão educacional vem atender e assistir os trabalhadores e seus filhos que não têm lugar na produção. A instituição escolar teria a função de prevenir a delinquência e proteger as crianças para os riscos da rua: vadiagem, mendicância e outros. Assim, no Brasil, o cuidado do poder público com a parcela das crianças das camadas subalternas que estava nas ruas, aliou desde cedo à assistência à educação para o trabalho, no sentido de ocupá-las em atividades educacionais. Em 1971, a Lei 5692 faz referência ao ensino especial, conforme já estabelecido na LDB 4024/61, sempre sob a recomendação do engajamento ao ensino regular ou à educação geral.


A educação especial é também contemplada no Plano Setorial de Educação e Cultura 1972/74. Este incorporou por intermédio do projeto prioritário n.º 35, a educação especial no rol das prioridades do País. Este projeto deu origem em 1973, ao CENESP - Centro Nacional de Educação Especial, primeiro órgão federal, ligado diretamente à Secretaria Geral do Ministério da Educação e Cultura - MEC. Até então, a educação especial contava com ações desenvolvidas pelo Ministério da Educação e Cultura, no âmbito da educação geral. Segundo Jannuzzi (1992), por ocasião da criação do CENESP, utilizava-se o argumento de que para cada dólar dispensado em educação especial, havia a possibilidade de um lucro de 40 dólares, pois que liberava para o trabalho não só o "excepcional", o PNE, mas a família que cuidava dele. (Jannuzzi, p. 63, 1992)

Assim, o CENESP, criado com a responsabilidade de planejar e promover o desenvolvimento de programas de prevenção, educação e assistência do PNE, passa a elaborar planos nacionais, visando à expansão e melhoria dos serviços de educação especial no Brasil. Entre eles citamos o plano de ação para o triênio 77/79, que elegeu como meta prioritária a organização e o desenvolvimento de serviços especializados de estimulação precoce de educandos com problemas de aprendizagem. A ampliação dos serviços educacionais, neste período, contou com apoio financeiro previsto para construção e adaptação das instituições de ensino regular e para criação de serviços estaduais de educação especial. Grande parte dos recursos liberados atendia também às entidades e instituições particulares.

Essas foram beneficiadas com 58,70% dos recursos, contra 14,5% destinados aos sistemas estaduais de ensino. Outros 27% foram utilizados para capacitação de recursos humanos, reformulação de currículos, serviços de estimulação precoce e atendimento a crianças com problemas de aprendizagem. Tais recursos (96%) eram provenientes do tesouro (ordinário não vinculado e da quota-parte do salário educação) e 4% dos convênios com órgãos federais. Com relação à capacitação de técnicos e docentes, o setor público estadual contou com 40% da verba estimada, enquanto que as instituições privadas contavam com 60% dos recursos. (Mazzotta, 1996)

Isso significou priorizar as instituições privadas, as ONG'S, que atendem, em sua maioria, parte da população com casos mais graves de "deficiência". Essas, não só são pioneiras no atendimento especial, como também, são as que ainda hoje atuam, de forma majoritária. Em 1986, o CENESP foi transformado na Secretaria de Educação Especial - SEESP. A educação especial torna-se novamente estrutura básica do MEC e mantém basicamente a mesma prioridade do CENESP: ampliação de oportunidades educacionais ao PNE. Com a criação do SEESP, ganha força o movimento de integração do PNE no sistema regular de ensino, iniciado na década de 70 e já referendado pela LDB 4024/61.

Esse movimento teve reflexos na produção da literatura sobre educação especial que, segundo Mazzota (1996), passou a ser o instrumento de retórica nos discursos e documentos oficiais, além de ser tema central dos planos estaduais, dos seminários e encontros da área. Essa tendência vai ao encontro da proposta da democratização do ensino, da escola universal e gratuita para todos. A colocação do PNE no ensino regular passa a ser meta principal da educação especial. Podemos perceber que o movimento da integração ganha força no interior da educação especial, refletindo o papel da escola de assistir a todos os excedentes, sejam esses PNEs ou não.

A defesa da integração pode ser entendida como um esforço maior de reafirmar a necessidade de que a escola abrace a todos: alunos comuns e especiais. Em 1990, a SEESP foi extinta e a educação especial voltou a fazer parte da Secretaria Nacional de Ensino Básico - SENEB, por meio do Departamento de Educação Supletiva e Especial - DESE. Somente em 1992 reapareceu a SEESP, nos mesmos termos em que foi criada em 1986. Todas essas mudanças na organização da educação especial provocaram certa descontinuidade nas propostas de atendimento aos PNEs.

A mudança das secretarias no plano nacional reflete nos serviços organizados nos Estados que, para atender as recomendações oficiais, criam e substituem ações e projetos já implantados, ampliando a defasagem do atendimento, frente à crescente demanda. Temos até aqui vários direitos legais e oficiais expressos na legislação, nos planos e nas políticas de atendimento. Porém, tais direitos nem sempre se transformaram em ações, se considerarmos o número pouco expressivo de atendimento. Entre as décadas de 50 e 60, surge à discussão sobre o conceito de Normalização, que tem como princípio, fazer com que a pessoa retardada (como se referia ao de deficit intelectivo), se assemelhe às condições normais de sociedade, questionando assim, as tendências segregativas e centralizadora com que eram atendidas.

A educação especial no Brasil começa então, a ter um cunho educacional, apesar de ainda manter características assistencialistas. A partir dos princípios de normalização, a Educação Especial passou por importantes mudanças. No ano de 1959 com a aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, tem assegurado no seu capítulo 7º, o direito à educação gratuita e obrigatória, ao menos em nível menos elementar. Esses direitos foram mantidos nas Constituições Brasileiras de 1976 e 1969 respectivamente. Segundo Jannuzzi (1997:198), em 1974, no Brasil, 99.431 alunos foram atendidos nos serviços especializados.

Até o ano de 1987, tínhamos 159.325 em atendimento. Isso significa que no período de 1974 - 1987 (13 anos), o número de PNEs atendidos aumentou em apenas 60.061 alunos, ou seja, aproximadamente 60%. Considerando que o MEC trabalha com a hipótese de que 10% da população do Brasil possuem alguma deficiência e que, em 1997, essa população somava 49.7 milhões, estavam sendo atendidos apenas 3% dos PNEs. Nesse período, o setor público também é apontado como responsável pelos serviços oferecidos, seja na criação de programas ou no subsídio às entidades particulares - as ONGs. Na Constituição (1988), esses direitos não só foram mantidos, como entendidos como sendo dever do Estado e da família, no seu art. 205. Temos ainda no Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 54 e 66, de forma mais específica, assegurando o direito à educação, em que se faz referência as pessoas com Necessidades Educacionais Especiais e seus direitos, não só a educação, como também ao trabalho.

Postado por Instituto Triangularjulho 21, 2020

Comunidade de Aprendizagem diante do Coronavírus (Covid-19)

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Nós da Equipe de Comunidade de Aprendizagem estamos aqui para prestar nosso apoio e solidariedade nesse momento difícil pelo qual todas e todos estamos passando. Mais do que nunca, precisamos nos unir e nos apoiar. E, acreditando que Comunidade de Aprendizagem pode e deve contribuir, escrevemos esse texto.

Comunidade de Aprendizagem é um projeto realizado dentro das escolas, mas que tem como objetivo maior a diminuição das desigualdades sociais. Dessa forma, é um projeto que tem seu foco na atenção e atendimento a todos e todas respeitando as diferenças e, principalmente, garantindo a equidade.

Com os princípios da Aprendizagem Dialógica e as Atuações Educativas de Êxito podemos ajudar e apoiar muito nessa situação tão delicada e inédita que estamos vivendo, com ações de cunho social e/ou educativas.

O princípio da Solidariedade se sobressai nesses momentos de tensão. Seja para ajudar uma pessoa em situação de risco, seja para confortar uma pessoa angustiada, ou para trabalhar na linha de frente atendendo pessoas doentes. Estamos aprendendo e tendo a oportunidade de vivenciar amplamente este princípio.
 
Também não podemos negar o quanto essa pandemia escancara os lugares de privilégio e a desigualdade econômica, social e educacional de nosso país. Falar sobre a importância de ficar em casa e de ter boa e constante higiene para quem convive com condições precárias de moradia e saneamento básico, falar de aulas virtuais para quem depende da merenda escolar para se alimentar. Será que faz algum sentido? O princípio da Criação de Sentido, que discutimos dentro do cotidiano escolar, se faz urgente mais do que nunca.

Além dele, a desigualdade latente nos faz pensar na questão da equidade, tão central nas escolas de CA. Se no dia a dia escolar nosso desafio é que todas e todos aprendam muito, no atual momento nosso desafio é garantir que a totalidade de estudantes, agora em suas casas, tenha igual acesso àquilo que for proposto pela escola.

Considerando que grande parte dos estudantes brasileiros não têm acesso à internet em casa, não basta transferir conteúdos de aulas para uma linguagem digital. É preciso elaborar e construir medidas que contemple as diferentes realidades vividas nas comunidades, e que não contribuam para acirrar ainda mais as desigualdades já existentes. 

Outro tema que Comunidade de Aprendizagem nos convida a pensar, apoiada por autores como Vygotsky, Paulo Freire e Habermas, é a interação como chave para a aprendizagem. Mas será que interação só acontece na escola? As interações, naturalmente, estão presentes em casa, nas relações entre crianças e seus familiares, e podem ser transformadoras se possibilitarem compartilhamento e diálogo.

Familiares não precisam ocupar o papel pedagógico de professoras(es) para contribuir com o desenvolvimento de seus filhos. O princípio da Inteligência Cultural destaca justamente a importância de reconhecermos os saberes e as inteligências que os todos nós construímos ao longo de nossas vidas e que podem e devem ser compartilhados nas relações familiares. Quantas coisas deixamos de fazer por falta de tempo ou de oportunidade e esquecemos ou não acreditamos que sabemos? Quantos conhecimentos já temos construído e podemos resgatar e apresentar às crianças? 

Interação e diálogo são duas palavras-chave para Comunidade de Aprendizagem. Mas será que conseguimos construir e estabelecer diálogos igualitários sem sairmos de nossas casas? É possível dialogar à distância? 

Com relação às Atuações Educativas de Êxito, propomos aqui algumas ideias que foram compartilhadas entre formadores do Brasil e dos países da América Latina que implementam Comunidade de Aprendizagem e que têm como objetivo apoiar e contribuir com os trabalhos que as redes de educação vêm desenvolvendo juntamente com suas unidades escolares. 

Vamos inaugurar uma nova forma de realizarmos a mais popular das Atuações Educativas de Êxito: a Tertúlia Dialógica. Em tempos de isolamento podemos desenvolver essa prática virtualmente. Uma atividade prazerosa e muito educativa que pode contribuir com a formação dos profissionais da educação (tertúlia pedagógica) e oferecer momentos de descontração e aproximação da cultura clássica universal (tertúlias literárias, artísticas ou musicais) a todos, adultos e crianças.

A vulnerabilidade na qual se encontram muitas famílias, seja por falta de saneamento básico, de alimentação, de violência doméstica, de acesso a informações confiáveis nos leva a pensar que as Comissões Mistas, presentes e muito potentes nas escolas de CA, podem ser acionadas e acompanhar a situação da comunidade da sua escola, mapeando as famílias que estão precisando de alguma ajuda, orientação ou cuidado especial, e se comunicando com toda a rede para que possam auxiliá-las.

Para isso, é importante que as secretarias mantenham disponíveis diferentes canais de comunicação (whatsapp e e-mail, por exemplo) para receber as solicitações recolhidas pela Comissão e encaminhá-las aos setores responsáveis. 

A equipe de Comunidade de Aprendizagem também está trabalhando para realizar formações à distância, através das plataformas disponíveis, e  compartilhar conhecimento capazes de para auxiliar as equipes técnicas de Educação. Lembramos também que os oito módulos do curso EAD estão disponíveis online e podem ser oferecidos às redes como estratégias formativas. 

Serão tempos difíceis, mas queremos, acima de tudo, nos colocarmos à disposição. Seguiremos trabalhando para contribuir com o que for necessário para cada uma das diferentes realidades educacionais e acreditando que Comunidade de Aprendizagem pode servir de instrumento para transformarmos as dificuldades, tão presentes e exigentes que estamos vivendo, em possibilidades. 

Um forte abraço, 
Equipe Comunidade de Aprendizagem Brasil

Postado por Instituto Triangularjulho 21, 2020

Os desafios para a Educação em 2020

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A partir de novos e antigos desafios, convidamos especialistas para avaliar quais pautas e políticas públicas estarão em debate ou precisam ser revistas no campo da Educação em 2020.

Em comum, o objetivo de garantir o direito à educação e promover o desenvolvimento integral dos estudantes, com especial atenção à equidade, ao contexto cultural e territorial e as condições necessárias para tanto.

Educação racial, por Ednéia Gonçalves, diretora executiva adjunta da Ação Educativa.

O silenciamento do racismo no ambiente escolar foi ampliado, porque começam a construir a percepção de que ser racista também é uma das possibilidades da liberdade de expressão. Antes, conseguia-se construir um horror à discriminação, mas ele está ficando bem mais alargado, mais perceptivelmente por parte da gestão escolar e das redes. 

Esse silenciamento passa por um discurso construído a partir do Escola Sem Partido, que deu uma argumentação, um campo teórico e conceitual, para justificar o racismo. Isso está totalmente ligado ao mito da democracia racial, que agora aparece em outras dimensões metodológicas, como o material didático, que passa por um revisionismo perigoso. 

As escolas também estão cada vez mais fechadas, e tem dialogado menos com os movimentos sociais, com as organizações do seu território. Isso faz com que a escola, apartada do movimento social negro, aprenda menos sobre as estratégias de luta e da educação antirracista. 

Há, ainda, um recrudescimento da discussão sobre a Lei nº. 10.639, que estava sendo o chão que tinha para discutir outras necessárias mudanças. Temos que reforçar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) foi alterada em 2003 e existe uma legislação que protege os avanços, e precisam de monitoramento sério. Também temos que valorizar as juventudes negras, que trazem saberes de equidade, direitos humanos, liberdade e democracia.

Educação Integral, por Natacha Costa, diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz

Os dados de monitoramento do Plano Nacional de Educação (PNE) demonstram uma realidade desalentadora: 16 das 20 metas encontram-se estagnadas e a meta 6 – referente à educação integral não apenas está estagnada como retrocedeu.

Em 2019, por sua vez, o Programa Mais Educação foi desmobilizado pelo governo federal e nenhum recurso foi transferido pelo Ministério da Educação, havendo sinalização apenas para investimento em escolas de tempo integral no Ensino Médio, ainda que com somas irrelevantes do ponto de vista do número de escolas e estudantes. Também não há qualquer sinal de que o Mais Educação ou qualquer outro programa dessa natureza para o Ensino Fundamental seja proposto.

Os municípios, no entanto, vem procurando resistir, mantendo programas de Educação Integral e ampliação de jornada com recursos próprios. É neste momento em que se debruçam na questão curricular que há uma possibilidade de avanço da agenda. Isso porque há um gancho importante na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nos currículos estaduais, que apresentam a Educação Integral como proposta formativa em seus textos introdutórios.

Alguns municípios como Tremembé, em São Paulo, e Arari no Maranhão implementaram processos dessa natureza nos últimos dois anos e tem hoje uma proposta curricular orientada de fato pela Educação Integral.

Escolas militarizadas, por Ednéia Gonçalves

A ampliação das escolas militarizadas traz uma padronização e viés autoritário que tem entrado em choque com a possibilidade de comunicar diferentes formas de ver o mundo, de fazer com que a experiência da vida em sociedade sejam conhecimentos válidos para o questionamento, de conhecer o que os povos construíram ao longo da história e a ciência sistematizou, para trazer as dúvidas. Como pensar em uma proposta que só tem respostas, e não tem perguntas?

O grande desafio da Educação hoje é conseguir ver a criança, o jovem, o adulto, o branco, o preto, e as relações que se estabelecem na diferença como potência de aprendizagem. Mas discutir gênero, os enfrentamentos do racismo e a diversidade na escola está sendo impedido por uma visão de mundo estreita e, sobretudo, intolerante.

Financiamento e eleições, por Cleuza Repulho, ex-presidente da Undime

A principal pauta será a discussão e principalmente a implementação do Novo Fundeb e tudo que vem junto com ele: a importância do financiamento para garantir o direito à educação e condições para que quem está fora consiga acessar. A expectativa é que já em fevereiro o Congresso Nacional retome a articulação da pauta.

E em 2020 também teremos o resultado da Prova Brasil, ou seja, um novo Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], e esses dados vão permear as eleições municipais. Para os gestores que fizeram os investimentos necessários, promoveram políticas de formação docente e garantia de direitos, será um momento de comemoração. E quem não deu, será uma preocupação a mais na hora da eleição.

Formação de professores, por Tereza Perez, diretora da Comunidade Educativa CEDAC

O parecer sobre a formação inicial e continuada dos professores deve ganhar força em 2020, e devemos ter em foco que não adiantam intencionalidades positivas se o gestor educacional e sua equipe não geram condições para que professores e diretores possam trabalhar, e para que os alunos possam aprender.

A atratividade da carreira e a formação do professor precisam existir, mas tem que ser acompanhada de condições de trabalho, que envolvem além do salário o tempo de estudo, a possibilidade de trabalho compartilhado, e valorização deste profissional como um intelectual, que reflete e estuda sobre o que faz, e tem plano de atuação. Os profissionais de educação não podem ser tratados como executores. 

Também é preciso ter clareza de que a educação está a serviço do desenvolvimento do indivíduo e da transformação social, em prol de justiça e respeito.

Educação de Jovens e Adultos, por Ednéia Gonçalves

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) avançou muito entre 2001 e 2014. Depois desse período, houve um apagamento. Não houve mais nenhum edital para EJA no PNLD, e um governo que propõe a discussão da alfabetização como grande mote de investimento da educação, não fala de EJA. É um retrocesso para uma visão de que essa etapa da educação não é prioritária, como se jovens e adultos não precisassem disso.

Precisamos vencer a noção de que a EJA deve compensar o que esses alunos não aprenderam quando crianças. É uma proposta focada no que falta no estudante, e que não leva em consideração a forma como jovens e adultos aprendem e articulam conhecimento, sua rotina, o trabalho, e o que essas pessoas desejam para sua vida.

Tudo isso gera evasão, um dos maiores problemas da EJA. Mas há ainda uma série de salas que estão fechando no período noturno, principalmente nas periferias, cujo público é essencialmente de pretos e pobres. Temos o desafio de manter essas salas abertas, e rever toda a abordagem curricular, a rotina escolar, e a formação de professores, gestores e das redes para garantir o direito à educação de jovens e adultos.

Postado por Instituto Triangularjulho 21, 2020

Portal de Periódicos oferta material para ensino em casa

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Editora Royal Society Publishing oferece ferramentas de pesquisa para acesso gratuito por professores e famílias de estudantes

Para facilitar o ensino e o aprendizado a distância e compartilhar conteúdo entre professores, pais e responsáveis, a Royal Society Publishing, uma das editoras integrantes do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), oferece atividades, recursos e vídeos para professores de diversos níveis acadêmicos durante a pandemia. A iniciativa é voltada principalmente para a educação básica e, ao contrário da maior parte do portal, o acesso é gratuito, com ferramentas disponíveis por tempo indeterminado.
O material ofertado pela editora traz links para palestras e vídeos com questões atualizadas sobre ciências, matemática e computação. Há, ainda, direcionamentos para o aprendizado STEM (de ciência, tecnologia, engenharia e matemática), a Associação para o Ensino de Ciências (Association for Science Education) e o Ensino de Confiança de Ciências Primárias (Primary Science Teaching Trust).
“É importante ver que nossos editores não estão preocupados apenas com a educação superior. O conteúdo é de qualidade e dá ferramentas para pais e professores da educação básica otimizarem o ensino e o aprendizado em casa”, observa Andréa Vieira, coordenadora geral do Portal de Periódicos.
Os materiais audiovisuais podem ser encontrados na lista de reprodução no YouTube e, outros recursos, nas páginas de educação primáriasecundária e estendida. O conteúdo serve para otimizar o ensino e o aprendizado em casa. Mais informações aqui.
Acesso pelo Portal de Periódicos CAPESUsuários de instituições brasileiras têm acesso a uma coleção da Royal Society com resumos e textos completos por meio do Portal de Periódicos CAPES. A plataforma Royal Society Journals abrange mais de 20 revistas científicas revisadas por pares que cobrem Ciências da Vida, Ciências Físicas e Ciências Interdisciplinares.
O acesso ao conteúdo se dá por meio da opção buscar base com o termo de pesquisa “Royal Society Journals”. Também é possível consultar revistas científicas pelo link buscar periódico — a partir do nome da publicação, do código ISSN ou da seleção do editor/fornecedor “Royal Society Publications”. 
Assessoria de Comunicação Social da CAPES
Fonte: Portal MEC

Postado por Instituto Triangularjulho 21, 2020